MANIFESTO

Um espectro ronda a realidade!
Especialmente teu, contigo, através de ti.
É isso que queremos, e nada mais: tudo isso.
Nós queremos o que muitos querem. E queremos justamente isso. Queremos o que eles querem, e mais, aquilo que lhes quer.
Nós não queremos mais do que isso, nem menos do que por ventura qualquer outro poderia querer.
Nem mais, nem menos, e sempre com um pouco além, para uma leve desmedida disso que se quer: bem-me-quer-vida, mal-me-quer-vida.
Vida vai, iluminar os pensamentos dela, fala pra ela que sem ela eu não vivo, viver sem ela é meu pior sentido.
Ela, janela da alma.
Lua, nua, crua, rua, tua.
Teu, sempre teu.
Agora mesmo.
A coisa esperada é sempre, por sua vez, a coisa que te espera (mas nós não esperamos!).
Das coisas que correm por esse mundo: é de correr com elas!
De escorrer, desdizer para redizer ainda que se diga o mesmo num redizer diferente.
Somos fissurados. Fissuradões!
Coisas correntes.
Ou num pequeno detalhe.
Vá ver. Vi ver.
Cá fé.
Desvio – desvia ~ desvie < desviu ivo a uva. Ivooooo!
Sente-se. Cadeiras. Sentidos. SensAÇÕES.
Mas a sutileza é frequentemente o melhor método.
Com as coisas, sobre as coisas, entre as coisas: entre!
Lhes querem os.
Agora mesmo. Aqui e sempre aqui: antes-depois.
E há quem diga: Ai! Há, sempre há! Diga que ó, isso, que há? Que coisa?!
Fato, pergunta: o fato devir da pergunta.
Há um treco, um lance, uma paradinha, um trocinho, coiseco, troço.
Na paradinha dinha dinha dinha dinha, na paradinha dinha dinha dinha, na paradinha pa para paradoxo.
O fado das coisas em sua ordem, aparentemente = a+pare+ente+mente
Mente o ente não por mentir, põe: a mente o pare, ali, e diz: é.
Retalhe. Coisas somos, também, tralha, me-tralha.
Inadvertidamente nós: desamarramos. Mar, ar, o mar.
Um pouco de terra, por favor, se não eu afogo: a, o fogo.
Matéria e movimento: fluxos, soxulf, uofulx, fulxso.
Real al dente.
Fricção, fricção, ficção.
Versão, versões, transgressões, subversões.
Em outras palavras:
A vida está cheia de é, é isso. Nós disso sabemos. E não desdisso isso.
Mas há sempre mais nisso do que há, e por isso com isso estamos há ver.
Re, re, re, re, re cheio.
Esse manifesto, em verdade (?), é um exagero, profusão de unoegos em louquidão, correndo, desequilibrados pela possibilidade de um MANIFESTO! UNOEGOOO!
Combustão alucinada em uma fissura grande demais: MANIFESTO!
ConTUDO, a feita unoegal (sua feitura e seus efeitos) estão frequentemente nos detalhes (e em detalhes muitas vezes nem pensebidos).
Frente a concretude do real, unoegos se instalam nas pequenas fissuras, como um mini serzinho se espremendo em meio a tantos “é isso”, “é aquilo”, “ah, óbvio!”.
Aqui, freneticamente expostos, dado o espaço proposto: MANIFESTO.
Na vida, contudo, estão sempre ali, e são percebidos sempre que um incoerência ressoa em nossa mente (em nosso corpo, nem sempre em nossa razão).
Se fôssemos bons manifestantes diríamos: deixem os unoegos entrar na sua vida!
Pequenas porções de unoegos para fluir sua energia vital!
Abra o unoego que mora aqui!
Sorria, você está sendo unoegado!
Talvez devêssemos reiniciar esse manifesto…
Não há nada a perder, a não ser as identidades fixas do real (mas esse fixo está fixamente pendurado sobre um fundo vazio, por onde (es)correm unoegos).
Tenha um bom dia.